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Espetáculo infantil Ventaneira - A cidade das flautas tem apresentações online e gratuitas
desconexao leitura março 15, 2021 0
Criado e protagonizado pela atriz, bailarina e autora deficiente visual Moira Braga, espetáculo infantil ganha versão audiovisual com quatro apresentações online e gratuitas em março
Ventaneira – A cidade das flautas, onde o céu é colorido por pipas que carregam flautas
tocadas pelo vento, já foi poema, dança, conto, peça infantil, livro e
audiolivro. Agora, se transforma mais uma vez e volta em formato audiovisual
para quatro apresentações gratuitas e online, entre os dias 26 e 29 de
março. Idealizada, escrita e interpretada pela atriz, bailarina e autora
deficiente visual Moira Braga, Ventaneira foi
totalmente adaptada para o novo meio e ganhou interpretação de libras e
audiodescrição integradas à dramaturgia: “Eu não queria que a acessibilidade
fosse uma coisa à parte. O roteiro constrói uma narrativa junto com a
audiodescrição e o intérprete de libras faz parte da história”, conta Moira.
A iniciativa tem patrocínio da Lei Aldir Blanc, Governo Federal, Governo do
Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia
Criativa. Ao final de cada apresentação, haverá um bate-papo entre Moira,
a equipe do espetáculo e convidados, como a diretora teatral Duda Maia e
a mestra em Educação Márcia Feijó.
Encenado pela primeira vez em 2016, quando
foi visto por 750 pessoas em dois meses de temporada, no Parque das Ruínas e
Teatro Gonzaguinha, Ventaneira surgiu bem antes disso.
Há dez anos, Moira estudava na Escola de Dança Angel Vianna –
onde hoje leciona – e escreveu primeiramente um poema, que deu suporte a uma
coreografia, inspirado na obra As cidades invisíveis, de Ítalo
Calvino. A história foi tomando corpo e se transformou em um conto, ganhou
personagens. Mais tarde, chegou aos palcos e, em 2018, virou livro e
audiolivro: “O livro é um pouco diferente da peça. No primeiro, a história é
uma narrativa, mais longa, enquanto no espetáculo ele é um pouco alterado para
ganhar mais dinâmica. Agora, fizemos uma nova modificação, para não ficar
apenas uma peça filmada, mas um projeto pensado para o formato audiovisual, com
direção geral e roteiro de Rai Junior e o resultado é algo
entre esses dois formatos”, adianta Moira.
“Pensei muito no que seria mais interessante trazer da peça para
o audiovisual. E com certeza não vem de uma mera transposição, com uma câmera
parada filmando o espetáculo”, afirma Rai. “E também a questão da
acessibilidade é muito instigante, como a gente poderia fazer para alcançar
todo mundo. Por isso as libras e a audiodescrição estão integradas ao
espetáculo, não tem como ‘desligar’”, completa.
A história fala de uma cidade fantástica
com pipas cortando o céu que carregam flautas tocadas pelo vento. Mas um dia os
ventos cessam e a cidade amanhece sem música. O menino Rudin, que só consegue
ver o que suas mãos podem alcançar, é o único morador que não sabe empinar
pipas ou construir flautas, mas com a ajuda do amigo Paco, consegue trazer a
música e a alegria de volta à cidade. “O público se identifica com questões
pertinentes a toda criança: se sentir diferente, ser excluído das brincadeiras,
não ser compreendido por ter uma forma especial de observar o mundo, mas também
reforça valores como amizade, afeto, tolerância e estimula a percepção do outro
e da sociedade”, destaca Moira.
A trilha sonora inédita é composta por Carol D’Ávila,
antiga colaboradora do projeto, assim como a diretora de arte Ayara
Mendo, que assinou as ilustrações do livro. Na nova versão, Ayara criou
uma cenografia que se transforma ao longo do espetáculo, seja com a interação
de Moira ou com a dela própria, que estará em cena: “São
grandes rolos de papel, onde a cidade vai sendo pintada e surge aos poucos; o
produto final não é entregue de cara. É uma espécie de instalação, construída
junto com a história”, detalha Ayara. Rasgos e buracos sugerem
portas, janelas, passagens. A narrativa não-linear faz com que em certos
momentos as folhas voltem a ser brancas. A pintura vai pautando esse antes e depois.
E para contrapor a subjetividade do cenário, entram alguns objetos de cena,
como bolas, flautas e um caixote de madeira, que ajudam a reforçar a narrativa
para a criança.
“É um espetáculo para ver, ouvir, sentir e se emocionar. Ele
aborda de forma lúdica a capacidade infinita, especialmente das crianças, de
reinventar a realidade. E, sobretudo, em uma época de tantos estímulos para as
crianças, acreditamos que sentar e escutar uma boa história ainda é a melhor
diversão”, aposta Moira.
Moira Braga
Moira Braga é atriz, bailarina contemporânea, performer,
consultora de audiodescrição em conteúdos artísticos, professora do curso
técnico de bailarino contemporâneo na escola e faculdade Angel Vianna e
mestranda em dança na Universidade Federal da Bahia. Possui dois trabalhos
autorais: o livro, audiolivro e espetáculo Ventaneira, A cidade das
flautas e a performance O que você vê?. É bailarina
da Pulsar CIA de Dança desde 2013. Atuou como bailarina intérprete dos
espetáculos Indefinidamente Indivisível, Por trás da cor
dos olhos e bailarina-intérprete-criadora de Nas vizinhanças
de Renata. No teatro, é preparadora corporal de elenco, já fez assistência
de dramaturgia e assistência de direção. Em 2016, estreou como atriz fazendo o
seu primeiro espetáculo adulto, Volúpia da Cegueira, com direção de
Alexandre Lino. Desde 2019, é preparadora corporal do coral Sidney Marzullo,
composto por 24 cantores, todos com deficiência visual. No audiovisual, atuou
no curta Cicatriz, de Jessica Barbosa, e no longa Prazer
Casa 08, de Ekatala Keller. Em 2020, participou do projeto Identidades,
realizado pela Palavra Z Produções, convidando artistas com deficiência para
falar de seus trabalhos através de lives no Instagram. Fez a
direção de movimento do musical O Pescador e a estrela, com direção
geral de Karen Acioly; colaborou no processo criativo da performance Ovo.Lar,
de Violeta Vilas Boas, contemplada pelo edital da Funarte. Apresentou a
performance O que você vê?, na versão on-line, no Festival
Corpos Plurais, além de participar de vários eventos nas plataformas digitais
como artista e debatedora dos temas arte e acessibilidade.
FICHA TÉCNICA:
Ventaneira
Moira Braga - Atriz, idealizadora, autora e
Produtora Associada
Bruno Mariozz - Diretor de Produção e
Produtor Associado
Rai Junior – Roteirista e Diretor Geral
Luciano Xavier - Diretor de Fotografia
Rapha Mateo - Operador de Câmera, Editor e
Finalizador
Romulo Grion - Assistente de Câmera
Ayara Mendo - Diretora de Arte e Cenógrafa
Carol d’Avila - Trilha Sonora Original
Mauro Leite – Figurinista
Jadson Abraão - Intérprete de Libras
Nara Monteiro - Audiodescritora
Giulia Giorno - Estagiária em Direção de
Arte
Alex Medeiros - Maquiador
Zezé - Costura Cênica
Maria de Jesus - Costura Cênica
Fabio França - Produtor Executivo
Rafael Prevot - Assistente de Comunicação
Denise Kafka - Mídias Sociais
Patricia Gockel - Assistente de Mídias
Sociais
Carneiro - Segurança
Boa Ideia Entretenimento - Estúdio
Equipe de Elétrica e Maquinaria:
Rogério Gomes
Douglas Gomes
Diogo Firmiano
John Gurita
Henrique
Luiz Passarinho
Apresentação: Governo Federal, Governo do Estado do Rio
de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de
Janeiro, através da Lei Aldir Blanc
SERVIÇO:
Temporada: de 26 a 29 de março de 2021
Horário: 18h
Exibição online: www.youtube.com/palavraz
Duração: 30min
Ingresso: acesso gratuito
Classificação indicativa: livre
*Ao final de cada sessão, haverá um bate-papo entre Moira e integrantes da
equipe criativa do espetáculo, além de convidados especiais:
Dia 26 (sexta), às 18h30: Corporeidade e infância – Moira Braga e
as convidadas especiais Duda Maia (Diretora Teatral) e Márcia
Feijó (Mestra em Educação)
Dia 27 (sáb), às 18h30: Acessibilidade – Moira Braga, Nara
Monteiro e Jadson Abraão
Dia 28 (dom), às 18h30: Arte Visual e Sonora – Moira Braga, Carol
D’Ávila e Ayara Mendo
Dia 29 (seg), às 18h30: Direção e Fotografia – Moira Braga, Rai
Junior e Luciano Xavier
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