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[Crítica] “O Reino Gelado: Terra dos Espelhos” (The Snow Queen: Mirrorlands)
desconexao leitura dezembro 11, 2020 0
“Vento
– canção. De quem? De quê? Tensão da espada por ser esfera. Gente acalenta o
dia do fim como flor de estufa. Nas cordas dos gigantes – creiam – agora rufa o
Oriente. Talvez um orgulho novo nos dê o mago das montanhas e, guia do meu
povo, vestirei a razão como geleira branca. “
Vielimir Khlébnikov
Não se pode dizer que tá russo ao se assistir um desenho
animado russo, muito pelo contrário, há uma profusão de cores, movimentos de
câmera e enquadramentos típicos de um filme com atores, cenários, figurinos e
tudo o mais. Esse “O Reino Gelado: Terra dos Espelhos” é muito dinâmico e fácil
de assistir por crianças e adultos que sentem saudades de sua infância. Há uma
combinação bem equilibrada de cenas de humor, drama e ação. Em 2019 esse filme
figurou entre as três maiores bilheterias de um filme russo no mercado
internacional.
A história é bem legal e está ligada ao conto de Hans
Christian Andersen “A Rainha da Neve”, baseado nos vastos relatos nórdicos de
princesas e fadas. “Frozen” supostamente também teria se inspirado nessas
mesmas fontes, por isso alguns vêem umas poucas semelhanças entre uma obra e
outra.
O Rei Harald – que é também um cientista apaixonado - se
ressente de quase ter perdido sua família devidos aos feitos mágicos (e também
malignos) da Rainha da Neve. Ao encontrar um meio de banir os seres mágicos
para a Terra dos Espelhos ele pretende limpar seu reino dessas criaturas e
deixá-las lá para sempre. Claro que há pelo menos um, o(a) escolhido(a), que
terá como lutar para tentar evitar essa destruição trágica do fantástico e do
maravilhoso. Para uma criança seria terrível viver num mundo frio e cinza - de
pura razão e ciência - em que a fantasia foi banida. É muito ilustrativo
quando, certa altura da trama, o Rei
Harald constrói um autômato como um elogio à ciência (a mágica é má) e rasga o
livro de conto de fadas do seu filho: ele que se interesse por matemática.
Esse “O Reino Gelado: Terra dos Espelhos” é, na verdade, a
continuação de três histórias já filmadas que, se vistas, tornariam seu enredo
mais compreensível em certos momentos: “O Reino Gelado” de 2012, “O Reino
Gelado 2” de 2014 e “O Reino Gelado: Fogo e Gelo” de 2016. Neles é mostrado o
porque do Rei Harald odiar todas as criaturas mágicas e o percurso de Gerda, a
heroína, que sente-se frustrada porque toda a sua família é de mágicos, mas ela
não se viu dotada dos mesmos poderes.
Talvez os adultos precisem das informações contidas nos
filmes anteriores para apreciar melhor esta obra, mas as crianças são facilmente
entretidas pelo fantástico e pelo espetacular contidos nas aventuras fabulosas
de Gerda (dublada por Larissa Manoela) e seus amigos: piratas, trolls, bruxos e
até o próprio filho do Rei. Os pimpolhos certamente vão curtir muito Orm, o
troll engraçado, os navios voadores, os personagens atrapalhados, e os perigos vividos pela menina. Ah, há
também uma profecia que vai alterar o destino da antes malévola Rainha da Neve.
Como se dizia antigamente: cinema é a maior diversão. No
presente caso, há esse desenho animado maneiro que veio misteriosa e
alegremente das neves ancestrais da Mãe Rússia.
“O Reino Gelado: Terra dos Espelhos” (The Snow Queen: Mirrorlands) - Rússia - 2018 – 80min.
Direção:
Aleksey Tsitsilin
Roteiro:
Aleksey Tsitilin, Vladimir Nikolaev, Andrey Korenkov e A. Zamyslev
Edição: Robert Lance
Efeitos visuais: A. Butusov
Som: Maksim
Maksimov
Fotografia: Aleksey Tsitsilin
Música: Fabrizio Mancinelli
Supervisão: A. Zamyslov
Marco Guayba
Ator, diretor,
preparador de elenco e Mestre em Letras
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