Home Taú Por Trás do Som: MC Rebecca - Um Combatchy Na Intolerância [Especial Mês do Orgulho LGBTTIA+]
Por Trás do Som: MC Rebecca - Um Combatchy Na Intolerância [Especial Mês do Orgulho LGBTTIA+]
desconexao leitura junho 05, 2020 0
Hey, desconetados!
Eu sou Taú e trago hoje para vocês mais uma vez esta edição especial do Por
Trás do Som, a edição do orgulho LGBTTIA+ onde mostrarei biografias das personalidades
que estão junto conosco nessa luta, e não haveria modo melhor de estrear
esse ano do que com ela que tá arrasando tudo e se superando cada vez mais num
recorde de tempo: MC Rebecca! Boa Leitura à todxs!
Rebecca Alves,
nascida em Manguinhos no Rio de Janeiro em 5 de junho de 1998 tem
de tudo para ser a figura representativa que é, sua mãe e seu pai foram presos quando
ela tinha seis meses, e a partir daí começou a ser criada pela sua vó, seu avô
e sua madrinha que a ajudaram muito.
Morando
com os avós no Morro de São João no Engenho Novo, começou com 10 anos de idade
a ser passista, isto, depois do avô que fazia parte do Salgueiro apresenta-la. Foi
passista durante dez anos e já se tornou a rainha das passistas.
Rebecca
sempre teve apego à arte e trabalhar a sua própria imagem, vendo isto, sua tia a
apresentou à empresária Kamilla Fialho que começou a empresariar a carreira da
jovem com apenas 16 anos, disponibilizando aula de canto e preparação vocal.
Em 2016, sua
empresária passou por uma crise e teve de interromper o agenciamento da MC e
romper contrato. Numa reunião com Rebecca onde Kamilla a pedia para rasgar o
contrato, Rebecca disse:
“Guarda
esse contrato que um dia eu vou voltar”. E se recusou a rasgar o contrato feito.
Dona de si, né?
MC Rebecca
é assumidamente bissexual, foi morar na casa de sua antiga esposa, a DJ
Suellen, após brigar com sua família por não aceitarem a sua orientação sexual.
“As pessoas
acham que tipo, bissexualidade, trans, homossexual é doença, as pessoas já
nascem com isso, não é uma coisa que as pessoas querem. E tem que aceitar, só
lamento. E agora é crime então quem discriminar a gente vai ser preso.”
Ludmilla
já foi musa do salgueiro e foi lá que dois ícones se conheceram, Mc Rebecca que
era amigona da dona de ‘Verdinha’ sempre mostrava suas composições e
vice-versa. Foi numa dessas que Ludmilla apresentou a música ‘Cai de Boca’.
Rebecca ficou apaixonada pela faixa e foi então que a sua ex MC Suellen, pediu
em uma festa a música para Lud, que cedeu gentilmente.
Com a
produção do DJ Zebrinha a canção foi lançada num set mix dele junto com várias
outras faixas, e foi aí que muita gente começou a pedir só ‘Cai de Boca’. A voz
do público é a voz do sucesso!
Com a
música lançada, DJ Suellen pediu para o DJ Rennan da Penha tocá-la no maior
baile do Rio de Janeiro, o “Baile da Gaiola”, ele tocou a música mais de vinte
vezes em uma só noite e foi aí que se tornou um hit total e todos já estavam
cantando.
A partir
daí, o Rio de Janeiro inteiro já escutava a música e MC Rebecca correu para sua
ex-empresária pedir ajuda para fazer o clipe, Fialho, acreditando na menina, a
ajudou e fez o clipe que tem baixo investimento mas veio para reafirmar o
sucesso da música. O clipe foi lançado em agosto de 2018 e já tem mais de 9
milhões de visualizações.
Então todos pediram o show da Rebecca, que nem equipe tinha ainda. Ela falou com Kamilla
que acreditou nela mais uma vez e começou a produzir seus shows. E esse foi o
estopim, a partir daí a cantora fez ‘Coça de Xereca’ que também rendeu sucesso.
Foi no final do mesmo ano que ela lançou também ‘Ao Som Do 150’ que foi a
virada de chave.
Como
aposta do carnaval, ‘Ao Som Do 150’ é o clipe mais assistido de MC Rebecca, com
35 milhões de visualizações. Foi com ele que a cantora ganhou reconhecimento
nacional e reafirmação enquanto cantora.
Em 2019 ela
já chegou lançando ‘Do Meu jeito’ que é uma pegada totalmente diferente, desviada
pro Tango; depois lançou ‘Sento Com Talento’ que a apresentou para a televisão
e inclusive a fez cantar no “MTV Miaw 2019”; depois veio “Deslizo e Jogo” em
julho com um desafio de coreografia que eu não sei fazer até hoje (devo
salientar que acho que é o melhor clipe de MC Rebecca). E em seguida ‘Vem
Mulher’ que é um Rap/Funk que fez muito sucesso também.
“Eu sempre
tive aquele pézinho na música por conta de ser sambista e escutar muitas outras
músicas, internacionais, nacionais. Então quando eu me tornei MC eu comecei a
me descobrir mais musicalmente [...] E dali eu falei, é isso que eu quero”. Disse
MC Rebecca ao “Papo de Música”.
E foi
nesse fatídico e exímio ano para a cantora que, no final do ano foi chamada
para fazer feat. Com a nata do pop brasileiro: Anitta, Lexa e Luísa Sonza na
música ‘Combatchy’ que eu nem vou me estender muito pois vocês já sabem
exatamente o que essa música foi. Ficou em primeiro lugar nas paradas musicais,
foi um dos maiores hits do carnaval desse ano, o clipe já beira as 136 milhões
de visualizações e com certeza, depois disso, Rebecca se tornou um dos maiores
nomes da atualidade na música do nosso país.
Foi também
com ‘Combatchy’ que a cantora se tornou a primeira mulher negra a atingir o
topo do Spotify em 2019 no Brasil. Perguntada sobre o que achava do assunto no “Papo
de Música”, a cantora falou:
“Isso
serviu para as pessoas também verem que
o racismo ainda está muito impregnado nas pessoas. [...] Pra mim é incrível estar
representando tantas mulheres maravilhosas que eu sou fã, muito fã e que me
inspiram também. Pra mim foi uma honra.”
Logo após ‘Combatchy’
ela lançou ‘Repara’ com um dos maiores nomes do funk atual: Kevin O Chris e WC
no Beat. A música bombou e MC Rebecca nos entregou mais um desafio que eu não
sei reproduzir. Uma pena.
No começo
de 2020 Ela lançou seu primeiro EP: ‘Enquanto Tiver Funk É Carnaval’ o que me
faz questionar se ela vai fazer um ‘Enquanto tiver Corona É Quarentena’. Fica aí
uma ideia. Brincadeiras a parte, o EP conta com colaboração de PK e tem clipes
maravilhosos.
Seu último single foi "Te Levar Pro Cantin" que é um trap muito gostoso e sexy também e mostra muito a versatilidade da voz da cantora.
MC Rebecca
foi escolhida para estrear essa edição especial do Por Trás do Som de 2020 por
ser uma pessoa que representa enquanto negra, bissexual assumida, e enquanto
brasileira, pois acredito que sua história é tão tocante por ser tão real, por
trazer identificação para todos. Sua arte também transmite com muita naturalidade
o seu ser e é por isso que em tão pouco tempo ela se tornou tão grande. Obrigado
por existir, Mc Rebecca.
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