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[Ásia Nas Entrelinhas] A Viagem de Chihiro
desconexao leitura março 29, 2020 0
Mais um sucesso do Estúdio Ghibli
está disponível Netflix, A Viagem de
Chihiro, lançado em 2001 e dirigida por Hayao Miyazaki é um filme que muitos de nós
assistiram quando criança e agora podemos ter a oportunidade de rever. A
primeira vez que me deparei com Chihiro, foi em torno dos 5 anos e como vocês
podem imaginar, não entendi nada. Mas de alguma forma, esse anime conseguiu
ficar marcado em mim por todos esses anos e rever essa obra depois de tantos
tempo, foi muito nostálgico e intrigante.
A
Viagem de Chihiro
começa com uma mudança, a personagem principal, Chihiro, uma garota comum de 10
anos e seus pais estão indo morar em outra cidade. A menina, muito contrariada
demonstra durante todo o trajeto sua relutância à mudança. Cada vez que o carro
da família se afasta da cidade vemos pela estrada monumentos/templos,
religiosos cobertos pela grama que dão um ar de abandono as antigas tradições.
Essa dualidade entre tradicional e moderno é o ponto de partida do filme, que
mesmo cercado por elementos maravilhosos e fantásticos retrata as questões
levantadas pelos hábitos de consumo e identidade.
Ao se depararem com um grande túnel
na estrada, os pais de Chihiro, muito curiosos, decidem atravessá-lo para ver o
que tem do outro lado, a menina fica muito temerosa, mas como seus pais
insistem em ir e não querendo ser deixada sozinha, ela os acompanha. Esse túnel
ao redor da narrativa, é como um “portal”, visto que para entrarem lá, eles
precisaram deixar seus bens materiais para trás e assim adentram o mundo dos
espíritos e das antigas tradições japonesas.
Aqui começa de fato a aventura da
nossa querida personagem. Ao adentrarem a cidade, seus pais são seduzidos pela ganância
e pela gula e esse erro faz com que sejam amaldiçoados, assustada e sem saber
como sair da cidade, a menina se esconde enquanto espíritos e mais espíritos
chegam de todos os lados. Um curioso menino, Haku, se dispõe a ajudá-la e agora
Chihiro precisa arrumar um emprego
na cidade, mas precisamente na casa de banho dos espíritos. E assim poder de
continuar perto dos seus pais e liberta-los, contanto que não esqueça seu nome.
Esse é outro elemento principal do
filme, a identidade da nossa personagem, que ao conseguir um emprego ela tem
parte de seu nome “roubado” e caso se esqueça totalmente dele, todas as suas
memórias seriam apagadas, inclusive a de que seus pais estavam amaldiçoados e
precisavam da sua ajuda.
Durante todo o filme, personagens
com características muito fortes cruzam o caminho de Chihiro e nos mostram que ninguém é cem por cento bom ou mal, seres
complexos que agem conforme seus interesses ou necessidades. Assim como
funciona na nossa sociedade, mas com um toque de magia e fantasia. Com esses
personagens, Chihiro, passa por uma
série de mudanças e conflitos, que demostram bem o seu crescimento e essa
transição da infância para a adolescência.
Vale a pena assistir ao filme uma
vez, sem qualquer compromisso e outra prestando atenção nas ligações dele com o
nosso mundo externo e capitalista, serão duas experiências totalmente
diferentes eu posso garantir. E cada uma vai ser uma viagem única ao um
universo totalmente fascinante.
Boa viagem pra vocês!
Larissa
Costa
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