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[Resenha]: Parasita
desconexao leitura janeiro 28, 2020 0
Título: 기생충 (Parasita)
Diretor: Bong Joon-ho
Produtor(a): Bong Joon-ho
Tipo: Longa metragem
Duração: 132 minutos
Gênero: Comédia, drama, suspense.
Lançamento: 7 de novembro de 2019 (Brasil)
Nota: ★★★★★
Decidi assistir a esse
filme principalmente porque ele é uma produção sul-coreana e porque, além de
ser apaixonada pela cultura desse país, eu perdi a chance de vê-lo na
pré-estreia, e milhares de pessoas estavam dizendo o quanto era um filme
incrível, então era necessário que eu assistisse.
O filme conta a história
de uma família desempregada que dá um golpe numa família rica para que todos
pudessem trabalhar na casa dessa mesma família. Mas isso é o que podemos ver
olhando muito superficialmente para o filme, que tem muitas mensagens profundas
que devem ser levadas em consideração.
Eu acredito que a arte
pode ser interpretada de diversas formas, e não só com uma única opinião, e
esse filme dá brechas para que tenhamos diversas compreensões do que ele pode
significar. Algumas mais claras, e outras completamente metafóricas, que podem
ou não ser exprimir a totalidade dos acontecimentos.
Tendo isso em vista,
conversei com duas amigas que já haviam assistido para entender melhor as
interpretações que poderiam ser diferentes da minha própria. Uma delas entendeu
o filme como se os parasitas fossem a família que se aproveitou da outra para
seu próprio benefício, como baratas se esgueirando pela madrugada para usufruir
daquilo que não era seu. Bem simplório, e exatamente aquilo que o filme mostra
inicialmente.
Outra amiga entendeu
aquilo como uma grande metáfora criticando o capitalismo e indicando o quanto
pessoas ricas podem ser mesquinhas e aproveitadoras, sendo assim, os parasitas
do filme, que se utilizam dos mais pobres para se sentir melhores e superiores,
como se fossem suas marionetes e pudessem fazer o que bem entendessem com eles.
Além disso ela tinha várias metáforas sobre a "pedra da fortuna"
representar o peso que o trabalhador carrega da falsa meritocracia, sobre os
"fetiches" dos ricos nós pobres, como se eles só servissem para
satisfazer suas vontades e nada mais que isso e sobre o fato de tudo o que era
relacionado as pobres acontecia no "subsolo" e o que era relacionado
aos ricos na superfície, estabelecendo hierarquias.
Minha própria
interpretação foi uma mistura dos dois. O filme, na minha opinião, mostra
quanto nossa visão pode ser distorcida quando fingimos ou quando simplesmente
não queremos ver. É uma crítica à nossa sociedade que nunca enxerga o que
muitas pessoas precisam, e sim somente o que querem, visando sempre seu próprio
bem estar, sem se preocupar com quem está lhe proporcionando o mesmo, ou com o
bem estar dos outros, e as consequências que isso pode acarretar.
O filme é de um peso
absurdo para o cinema, e apresenta, além de todas as outras, uma crítica sobre
a centralização do comércio e da arte estadunidense, como se somente o que é
deles fosse bom, já que em vários momentos do filme a fala "é dos EUA não
trará problemas" aparece, e endossando a fala do diretor do filme ao
ganhar o globo de ouro que pede para que os EUA rompam a barreira das legendas.
Mostra também que as
sociedades têm o mesmo déficit em qualquer lugar e nos faz refletir que o
dinheiro pode ser a fonte de maior derrota nas nossas vidas, por mudar
completamente a essência do que somos quando utilizado de forma a nos fazer
sentir melhor que qualquer outro.
Clarissa
Bernardo
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