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[TEATRO] Oboró – Masculinidades Negras
Tata Boeta agosto 21, 2019 0
Oboró – Masculinidades Negras
O espetáculo teatral que
mostra o que é está a margem da sociedade, percebemos que não é uma
prioridade para pauta de discussão e política. O homem negro busca ganhar sua
vida através de uma sombra cruel em que o habita. O espetáculo mostra essa
realidade de que os homens negros vivenciam no seu cotidiano, suas lutas,
desafios, reflexões e lutas.
Oboró é um termo que, em
Yorubá, é usado para designar orixás do sexo masculino. O espetáculo escrito
por Adalberto Neto apresenta os conflitos de vida dos homens em que o elenco
interpreta. Cada personagem apresenta características de um, entre os orixás:
Exu, Ogum, Oxóssi, Omolu, Xangô, Oxumaré, Osanyin, Logun Edé e Oxalá.
Essa relação das narrativas
contada por cada personagem e sua ligação a um orixá demostra através das cores
predominantes no fundo do palco, nas características do personagem. Ao decorrer
da peça você percebe a ligação da narrativa de um personagem ao outro
personagem e se tornando um ciclo que termina no último ator. Isso demostrar o quanto a dramaturgia é
amarrada e faz com que a história contada no palco seja contagiante e
penetrante para o público.
O Cenário é simples com
variados objetos cênicos usados durante o decorrer do espetáculo e destaco os três
painéis que se complementam com o uso da ferramenta do audiovisual que introduz os personagens antes
de entrarem em cena, que na verdade nunca saíram de cena, já que todo elenco
fica no palco sentado. A indumentária construída para dar destaque ao branco e
introduzir a ideia que todo homem negro é igual já que todo elenco usa a mesma
roupa principal, eles colocam uma blusa que tem característica com do orixá que
é do seu personagem. A iluminação que também tem característica do orixá do personagem
que está no palco.
No texto dos personagens há
uma desconstrução da imagem do homem negro que é visto pelo senso comum. Isso
mostra as questões sociais e as demandas do homem negro, seja na sexualidade ou
na postura como homem, entre outras pautas nas narrativas dos personagens. Faz
com que o público faça uma reflexão sobre essas pautas colocada nas narrativas
dos personagens.
Tenho que falar que também é
introduzido no espetáculo em alguns momentos em cena a dança que remete ao
candomblé ou ao orixá de algum personagem. A dança complementa e torna mais
rico o espetáculo, pois une o personagem com seu orixá.
O espetáculo é rico em
referência e em histórias de homens negros que vivem na sociedade brasileira e
coloca em pauta essa masculinidade que podem ser tóxicas e com isso pode prejudicar
as relações sociais, já que o homem negro nasce com um estereótipo formado pela
sociedade e o espetáculo tem o objetivo de refletir e desconstruir esse mito do
homem negro. Mostrar que o homem negro é um ser humano e que vive com seus
conflitos, e que essa objetificação dele é prejudicial pra sua formação como um
ser social. O espetáculo é essencial para que possamos olhar de outra forma
esse homem negro que não enxergamos devido a construção social que temos sobre
ele.
Serviço:
Oboró – Masculinidades Negras
Temporada: 15/08 a 1º/09 - Sessões Extras 07/09(sábado) ás19h e 08/09(domingo) ás 18h
Local: Teatro Sesi
(Avenida Graça Aranha 1, Centro)
Horário: De quinta a
sábado, às 19h, e domingos, às 18h.
Ingressos: R$ 40 (inteira) e
R$ 20 (meia)
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 14
anos
Vendas: www.ingressorapido.com
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Cridemar Aquino,
Danrley Ferreira, Drayson Menezzes, Ernesto Xavier, Gabriel Gama, Jonathan
Fontella,Luciano Vidigal, Marcelo Dias, Orlando Caldeira, Reinaldo Júnior,
Sidney Santiago Kuanza e Wanderley Gomes
Texto: Adalberto Neto
Direção: Rodrigo França
Direção de movimento:
Valéria Monã
Assistente de direção:
Kennedy Lima
Cenário e figurino:
Wanderley Gomes
Trilha e regência: Cesar
Lira
Iluminação: Pedro Carneiro
Pesquisa: Fábio França e
Valéria Monã
Designer e audiovisual:
Rafaela Lira
Fotografia: Julio Ricardo da
Silva
Direção de produção: Mery
Delmond
Produtores associados:
Adalberto Neto e Rodrigo França
Produção: Diverso Cultura e
Desenvolvimento
Tata Boeta
Graduando em Produção Cultura, roteirista,
ator, diretor de teatro/performance, compositor, poeta e bailarino.
ator, diretor de teatro/performance, compositor, poeta e bailarino.
Instagram: @tataboeta
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