Home Resenhas [Críticas] Compra-me um revólver ● Cómprame un revolver (aka Buy Me a Gun)
[Críticas] Compra-me um revólver ● Cómprame un revolver (aka Buy Me a Gun)
desconexao leitura maio 29, 2019 0
O filme se passa na Cidade do México,
não tão distante do nosso tempo, onde os cartéis dominam a região e subjugam
aqueles que sobrepõem o seu controle, revelando um México obscuro e cheio de
questões complexas que afeta toda uma nação que sofre com os abusos de poder.
Nota-se que as vítimas em sua grande maioria são Crianças e principalmente as
Mulheres, onde é perceptível que elas estão desaparecendo devido a brutalidade
oriunda da criminalidade. O desenvolvimento do filme mistura a realidade com um
tom de Fábula onde tudo ali é tratado com um valor de seriedade na questão
sociopolítica do estado e assim sem deixar perder a estética da arte como
verdadeira poesia sendo traçada de ponta a ponta como um cordel de fábulas,
sobretudo pelos olhos de uma criança.
A pequena Huck (Matilde
Hernández- filha do cineasta do filme) que tem menos de 12 anos, busca
sobreviver em meio ao caos e o terror constante dos criminosos, onde vive com o
seu pai, Rogelio (Rogelio Sosa) que toma medidas extremas para salvar a vida da
sua filha das subjugações cruéis dos traficantes, Rogelio é viciado em
drogas e é um homem bastante problemático onde vive em constante humilhações e
ameaças, e assim tenta de todas as formas manter a sua dignidade diante de
todos os momentos de sofrimento. Ele trabalha em um campo de beisebol onde
ganha em troca do seu esforço drogas para manter o seu vício, e esconde isso da
sua filha a ‘’pequena Huck’’.
Dentro do trailer onde eles vivem,
ela é camuflada pelo pai com uma espécie de máscara do ''Huck'' com o objetivo
de esconder seu gênero feminino e deixa suas pernas acorrentadas para criar uma
ideia de que ela é prisioneira dele e assim os membros do cartel não
suspeitarem da presença de uma garota no local. Toda essa situação só é
quebrada com a presença dos três garotos: Rafa (Ángel Rafael Yanez), Tom
(Wallace Pereyda) e Ángel Leonel Corral) que fugiram da subjugação do
narcotráfico, onde o grupo vive momentos de aventuras e experiências, relevando
ali um sentimento nato de crianças descobrindo o universo, mesmo com o caos
enraizado no México os ‘’garotos perdidos’’ fazem uma parceira para então
resgatar um braço de um dos garotos que foi decepado e assim punido por roubar,
pela simples necessidade de sobrevivência.
Meu Ponto de vista sobre o filme?
O lado que mais me deixou intrigada é
a ideia de um México ainda dominado e refém de uma criminalização
enraizada pelo ódio e assim desconfigurando o sentido de nação e toda a
história e cultura do lugar, e é nesse contexto que o filme trata com
bastante peculiaridade e com uma originalidade no sentido de levar a
sonoridade e efeitos especiais do filme de uma forma intrínseca com a poesia, levando a um
olhar mais poético ao qual se mistura com a relação afetuosa de pai para filha,
em muitas vezes fragilizada pelo ódio dissipado dos traficantes. É
nítido que a pequena ''Huck'' e seu pai, Rogelio, tem um cuidado protetor
e cauteloso. Mostra também que a filha com toda sua maturidade acaba
cuidando do seu pai, revela a relação curiosa entre os dois ao qual me deixou
bastante intrigada com toda a construção da história.
A intenção de colocar um olhar
na projeção da menina, trata o contraste da inocência dela com a barbárie
sofrida no entorno do filme. Mostra também uma garota corajosa e forte,
que busca com seus três amigos lutar pela sobrevivência trás um sentimento de
comoção e vislumbre para todos que assistem a obra. Entretanto, apesar de todos
os pontos fortes do filme serem orquestrados de forma elaborada e com total
maestria de sensibilizam, trás algumas lacunas no desenvolver do filme e me fez
concluir algumas perguntas, que são: como a mãe da pequena huck morreu? E
além disso, como as mulheres foram exterminadas daquele local? E como a criança
e o seu pai sobreviveram a tanto tempo dentro daquela situação de calamidade
extrema com tão pouca estratégia de sobrevivência? E por fim, no final o filme
termina de uma forma bastante comovente e brutal entre os personagens do
enredo, levando ao público uma forte sensação de empatia e tristeza.
Citação do Diretor sobre o filme:
“Eu queria fazer uma homenagem a todas
as histórias que alimentaram minha imaginação quando eu era criança. Eu queria
fazer um filme – quase uma carta – de um pai que se reconhece imperfeito, mas
profundamente amoroso. A única coisa que este homem tem que pode ser herdada é
a sua sorte e o seu instinto de sobrevivência. Acho que o filme é uma história
sobre amor e paternidade no âmbito de um lugar sem regras ou governo. Onde a
lei do mais forte reina, onde nada importa, exceto tentar escapar da morte.
Esta história é também uma desculpa para falar sobre o México sem lei e
selvagem em que as instituições são invisíveis; em que as vidas das pessoas
dependem do humor dos criminosos”,conta o
diretor.
FICHA TÉCNICA
DIRETOR:
Julio Hernández Cordón, com Ángel Rafael Yanez, Wallace Pereyda, Ángel Leonel Corral.
Julio Hernández Cordón, com Ángel Rafael Yanez, Wallace Pereyda, Ángel Leonel Corral.
LANÇAMENTO:
30-05-2019
30-05-2019
CLASSIFICAÇÃO:
Não recomendado para menores de 16 anos
Não recomendado para menores de 16 anos
PAÍS:
México
Colombia
México
Colombia
ELENCO:
Ángel Leonel Corral
Fabiana Hernandez
Matilde Hernandez
ANO: 2018
Ángel Leonel Corral
Fabiana Hernandez
Matilde Hernandez
ANO: 2018
Distribuidora:
Pandora Filmes
Larissa Carvalho
Oliveira
Resenhista,
Colunista e Produtora de conteúdo do site
Instagram: larissacarv4
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Postar um comentário