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[CRÍTICA] Brutal – O Espetáculo do Desequilíbrio
desconexao leitura novembro 06, 2018 0
O
Espetáculo de Dança pela organização da Cia Gente, com a criação de Paulo
Emílio Azevedo, Intérpretes – criadores: Amanda Gouveia, Lucas Fonseca, Lucas
Graça, Pedro H. Brum, Salasar Jr. e Zulu Gregório. Interpretes jovem e de sua
maioria negra. Espetáculo apresentado no Teatro Cacilda Becker no penúltimo
final de semana de outubro.
O
Espetáculo usa da estética do desequilíbrio, como assim, em seu contexto de
dança e corpo, como na estrutura narrativa que nos faz ter um olhar tóxico
sobre o cotidiano da periferia, da mulher negra, dois estudantes de escola
pública no Rio de Janeiro (que fica bem explicito no figurino usado), no
LGBTQ+, no genocídio da população preta, entre outros assuntos abordados pelo
espetáculo.
Ele
é rico e bem experimental, você percebe que usa técnicas de repetições de
passos, de desequilíbrio, do toque ao outro dançarino seja for o gênero, a voz
do dançarino é ouvida, contrapondo a dança-teatro onde o dançarino
interpreta também através de falas.

A
dança é construída de forma expressiva, a montagem do espetáculo não seguiu um
estilo de dança especifico, ele experimentou varias vertentes da dança e isso
nos mostra a pluralidade e ao mesmo tempo o corpo como uma ferramenta de
emoção. O rosto dos dançarinos é muito caracterizado em cada cena e isso foi
bem construído, nos mostrando o que cada cena quer nos dizer e corrobora também
a estrutura que eles utilizam a voz em momentos do espetáculo que em momentos é
de agonia, outras palavras de ordem, outras de desejo e de dor.
O espetáculo é rotativo, nem em todo momento fica seis interpretes nas cenas, isso torna as cenas mais construídas passando bem a sua mensagem naquela cena . A rotatividade também faz com que os seis se destaquem, visto que fica perceptível que a cada passagem um dançarino ganha destaque.
O espetáculo é rotativo, nem em todo momento fica seis interpretes nas cenas, isso torna as cenas mais construídas passando bem a sua mensagem naquela cena . A rotatividade também faz com que os seis se destaquem, visto que fica perceptível que a cada passagem um dançarino ganha destaque.

O
espetáculo de dança Brutal é impactante em sua beleza técnica experimental de
desequilíbrio, onde usam o corpo pra transpor o cotidiano tóxico que o povo
periférico, principalmente o negro do Rio de Janeiro vive, e transborda através
da dança e das vozes que ecoam os sentimentos que muitos gritam e não são
ouvidas.
Ficha Técnica:
Criação: PAULO EMÍLIO AZEVEDO
Intérpretes-criadores: AMANDA GOUVÊIA,
LUCAS FONSECA, LUCAS GRAÇAS, PEDRO H. BRUM, SALASAR JR. e ZULU GREGÓRIO
Assistente de direção: PAULA LOPES
Direção técnica: FILIPE ITAGIBA
Desenho de luz: CRISTIANO SILVA
Preparação corporal: JOÃO CARLOS SILVA
Produção: BEATRIZ TORRES
Serviço:
Brutal
SP - SESC - dias 15 e 16 de novembro
Tata Boeta
Graduando em
Produção Cultura, roteirista, ator, diretor de teatro/performance, compositor,
poeta e bailarino.
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